A era vitoriana, que abrange o reinado da Rainha Vitória de 1837 a 1901, testemunhou transformações significativas na moda. Os estilos de roupas do início da era vitoriana (1837-1850) para as mulheres enfatizavam uma silhueta restritiva e recatada. Os vestidos apresentavam corpetes longos e justos, saias volumosas sustentadas por inúmeras anáguas e mangas justas. Xales e sombrinhas eram acessórios comuns. Os homens preferiam jaquetas curtas e largas com calças largas, uma mudança em relação aos estilos anteriores. Golas mais baixas e gravatas borboleta substituíram as gravatas engomadas.
O período vitoriano médio (1850-1870) viu inovações industriais impactando a moda. A invenção da crinolina de aço em 1856 forneceu suporte para saias triangulares mais largas, substituindo camadas de anáguas. A máquina de costura, também ganhando popularidade, permitiu detalhes e enfeites complexos. Corantes de anilina introduziram cores vibrantes, como os verdes brilhantes vistos em vestidos de dia a dia. Decote alto e mangas compridas permaneceram na moda. As toucas deram lugar aos chapéus como o acessório de cabeça preferido.
Na década de 1870, surgiu a bustle, mudando a ênfase para a parte de trás do vestido. Sobressaias, sustentadas pela crinolette, criavam volume e drama. Tecidos mais leves e acabamentos elaborados eram característicos deste período. A moda masculina continuou a evoluir com o terno informal, com um casaco cortado, gola virada para baixo, gravata com nó e chapéu tipo melon.
A era vitoriana tardia (1880-1901) viu a bustle atingir seu pico, criando uma silhueta dramática com sobreposições ricamente adornadas. Enquanto as saias permaneciam volumosas, eram consideradas mais confortáveis em comparação com os estilos anteriores. Chapéus altos, golas apertadas e mangas continuaram a restringir os movimentos, levando à formação da Rational Dress Society em 1880, que defendia roupas mais confortáveis e práticas. Ternos sob medida, inspirados na moda masculina, ganharam popularidade entre as mulheres que buscavam maior liberdade de movimento.
A década de 1890 trouxe a manga “perna de carneiro”, caracterizada por seu volume bufante no ombro, combinada com corpetes justos e saias alargadas. O traje formal masculino se solidificou com o chapéu de coco e o fraque preto, um padrão que persistiu por décadas. Golas engomadas altas permaneceram um item básico da moda masculina.
No início de 1900, a silhueta começou a afinar. O espartilho em forma de S criou uma postura de peito de pombo, enfatizando o busto e empurrando os quadris para trás. Os vestidos apresentavam tecidos mais macios, enfeites elaborados e mangas bufantes. Chapéus grandes e elaboradamente decorados empoleirados em penteados volumosos eram acessórios essenciais.
Com o amanhecer da era eduardiana (1901-1910), surgiu uma silhueta mais reta e aerodinâmica. Os vestidos tornaram-se menos restritivos, com cinturas mais curtas e saias mais estreitas. Chapéus grandes e de aba larga permaneceram um ponto focal. Saias na altura do tornozelo com faixas de guarnição indicavam a tendência da saia justa que definiria a próxima década.
A era vitoriana na moda mostrou uma evolução contínua de estilos, refletindo mudanças sociais e avanços tecnológicos. Da elegância restritiva do início do período vitoriano aos estilos mais relaxados do final de 1800 e início de 1900, a moda vitoriana oferece um vislumbre cativante do passado. A ênfase da era em detalhes, embelezamento e silhueta continua a inspirar designers hoje.