A Zara, varejista de fast-fashion do grupo Inditex, enfrentou duras críticas por uma campanha publicitária que evocou imagens de destruição em Gaza. A campanha, fotografada por Tim Walker e estrelada pela modelo Kristen McMenamy, foi rapidamente removida do site e das redes sociais da Zara após ampla reprovação online.
As imagens mostravam McMenamy em um cenário que lembrava o estúdio de um escultor, com estátuas quebradas e gesso danificado ao fundo. Em uma imagem particularmente controversa, McMenamy carrega um manequim coberto por um tecido branco sobre o ombro.
A Zara afirmou que a campanha, concebida em julho e fotografada em setembro, antes do início da guerra entre Israel e Gaza, tinha como objetivo apresentar peças artesanais em um contexto artístico, representando esculturas inacabadas no estúdio de um escultor. No entanto, o momento do lançamento da campanha, juntamente com as imagens sensíveis, levou muitos usuários de redes sociais a interpretarem a campanha como uma banalização do conflito e do sofrimento em Gaza.
A hashtag #BoicoteZara se tornou tendência no X (antigo Twitter), com usuários expressando indignação e acusando a marca de insensibilidade. Um usuário comentou que a campanha zombava das vítimas do conflito e da destruição de suas casas.
O órgão regulador de publicidade do Reino Unido, Advertising Standards Authority (ASA), recebeu mais de 100 reclamações sobre a campanha, alegando que as imagens faziam referência ao conflito entre Israel e Gaza e eram ofensivas. Embora a ASA esteja analisando as reclamações, uma investigação formal ainda não foi iniciada.
Este incidente segue uma polêmica semelhante envolvendo a Marks & Spencer, que se desculpou por uma postagem no Instagram que mostrava chapéus de Natal em chamas nas cores da bandeira palestina. A imagem, retirada de um anúncio de Natal filmado meses antes, pretendia representar de forma humorística a aversão a chapéus de Natal de papel. No entanto, foi percebida como insensível e posteriormente removida. A M&S emitiu um pedido de desculpas por qualquer ofensa não intencional causada. O incidente da Zara destaca a importância da sensibilidade e da conscientização na publicidade de moda, particularmente em relação a conflitos globais em andamento e sensibilidades culturais. A rápida disseminação de críticas nas redes sociais destaca o poder das plataformas online para responsabilizar as marcas por conteúdo potencialmente ofensivo.