A década de 2010 testemunhou uma mudança dinâmica na moda, influenciada por subculturas, mídias sociais e um foco renovado na inclusão. Da ascensão do athleisure ao reinado da influência fashion da família real, esta década deixou uma marca indelével na indústria.
O conforto e a praticidade do athleisure dominaram os anos 2010. A tendência, nascida da crescente cultura fitness de boutique, transcendeu a academia, tornando-se um elemento básico do streetwear. Calças de ioga, tops esportivos e roupas de ginástica estilosas em cores vibrantes e tecidos de alta qualidade tornaram-se trajes do dia a dia. Esse aumento na demanda impulsionou marcas como Outdoor Voices, Vuori Clothing e Bandier ao sucesso, enquanto solidificava a posição de marcas estabelecidas como Lululemon e Athleta. A influência do athleisure se estendeu até mesmo à indústria da beleza, com o surgimento de produtos de skincare específicos para rotinas pré e pós-treino.
A família real britânica, particularmente Kate Middleton e Meghan Markle, impactou significativamente as tendências da moda. Suas escolhas de vestuário, muitas vezes apresentando marcas britânicas tradicionais para Middleton e uma mistura de designers estabelecidos e emergentes para Markle, provocaram esgotamentos imediatos e influenciaram as decisões de compra do consumidor. Sua influência ecoou o “Efeito Diana” das décadas anteriores, demonstrando o poder duradouro do estilo real. Ambas as duquesas também impactaram a moda nupcial com seus icônicos vestidos de casamento, inspirando inúmeras réplicas.
A fotografia de street style floresceu nos anos 2010, impulsionada pela ascensão das mídias sociais e blogs de moda. Esse fenômeno elevou indivíduos com estilo pessoal único ao status de influenciadores, transformando-os em potências da indústria. Blogueiras como Leandra Medine, Chiara Ferragni e Aimee Song ganharam destaque, remodelando as estratégias de marketing das marcas e garantindo assentos na primeira fila das semanas de moda ao lado de celebridades e editores. Sua influência desfocou as linhas entre a alta costura e o estilo cotidiano, tornando a moda mais acessível e pessoal.
Subculturas como normcore, streetwear e a cultura da internet da Geração Z permearam a moda mainstream. O normcore, uma reação contra o estilo excessivo, abraçou roupas mundanas e casuais como calças jeans de pai, tênis e paletas de cores básicas. O streetwear, com suas raízes nas culturas do surf, skate e hip-hop, experimentou um ressurgimento graças a marcas como Supreme e Off-White, influenciando casas de luxo e levando a colaborações de alto perfil. A Geração Z, fortemente influenciada por plataformas de mídia social como o TikTok, introduziu tendências como E-Girls e VSCO girls, caracterizadas por estéticas distintas e alimentadas por comunidades online.
Os anos 2010 marcaram um ponto de virada para a inclusão e diversidade na moda. Designers como Chromat e Christian Siriano defenderam a positividade corporal, elenco diversificado e representação para todos os gêneros, raças, tamanhos e idades. Modelos como Ashley Graham e Halima Aden quebraram barreiras, enquanto as marcas adotaram cada vez mais porta-vozes e embaixadores diversos. Essa mudança refletiu uma crescente conscientização e demanda por uma indústria da moda mais representativa e inclusiva.
A logomania fez um retorno, impulsionada pela nostalgia millennial e uma aceitação divertida do consumismo. Marcas como Vetements, Balenciaga e Off-White incorporaram logotipos proeminentes em seus designs, enquanto casas de luxo como Gucci e Dior reviveram logotipos e padrões icônicos. Essa tendência refletiu uma mudança em direção a uma marca ousada e uma disposição de mostrar a fidelidade à marca por meio de roupas e acessórios.
Os desfiles tornaram-se cada vez mais elaborados e teatrais. O desfile de 90 anos da Fendi na Fontana di Trevi e o lançamento de foguete da Chanel exemplificaram essa tendência. Enquanto o desfile da Yeezy Season 4 de Kanye West enfrentou críticas por problemas logísticos, a estreia de Virgil Abloh na Louis Vuitton foi um momento celebrado, mesclando luxo com streetwear e inaugurando uma nova era para a marca. Essas produções extravagantes destacaram a importância de criar experiências imersivas e gerar burburinho em torno das coleções.