Founder of No Fashion Records, Tomas Nyqvist, with friends in 1991.
Founder of No Fashion Records, Tomas Nyqvist, with friends in 1991.

A Ascensão e Queda da No Fashion Records

Tomas Nyqvist, a força motriz por trás da Putrefaction Magazine e da No Fashion Records, desempenhou um papel crucial na formação da cena death metal sueca. Sua história, marcada por triunfo e tragédia, oferece um vislumbre da volátil indústria musical underground do início dos anos 1990. Movido pela paixão pelo metal extremo, Nyqvist fundou a Putrefaction Magazine na adolescência, inspirado pela Morbid Mag e Slayer Mag. Ele aproveitou seu envolvimento na comunidade de troca de fitas para distribuir a revista, conquistando leitores internacionais. O sucesso da revista foi consolidado com uma entrevista e capa com Pelle “Dead” Ohlin do MAYHEM, solidificando seu lugar na crescente cena death metal.

O espírito empreendedor de Nyqvist o levou a criar a No Fashion Records. Sua primeira contratação, a banda holandesa de black metal BESTIAL SUMMONING, provou ser um começo desafiador. Apesar do fracasso comercial inicial de seu álbum de estreia, “The Dark War Has Begun”, Nyqvist perseverou.

Posteriormente, a No Fashion Records lançou álbuns seminais do MARDUK e do DISSECTION, marcando um ponto de virada para a gravadora. “Dark Endless” do MARDUK e “The Somberlain” do DISSECTION rapidamente ganharam força, impulsionando ambas as bandas e a gravadora para maior reconhecimento na comunidade underground do metal. O sucesso, porém, durou pouco. Um acordo fatídico com a distribuidora House of Kicks levou Nyqvist a perder o controle de sua gravadora e a enfrentar a ruína financeira. As bandas contratadas pela No Fashion Records também sofreram, recebendo pouco ou nenhum pagamento por seu trabalho.

O fim da No Fashion Records é uma história de ambição ingênua e práticas comerciais predatórias. Apesar do fracasso final da gravadora, seu legado permanece significativo. A No Fashion Records desempenhou um papel crucial no lançamento das carreiras de algumas das bandas mais influentes do metal extremo. O catálogo da gravadora, embora marcado por controvérsias, continua sendo procurado por colecionadores e fãs. O ressurgimento desses álbuns sob o selo Black Lodge, embora não autorizado e mal administrado, reforça ainda mais o impacto duradouro da No Fashion Records. A história de Nyqvist serve como um lembrete da natureza precária da indústria musical, particularmente para gravadoras independentes e artistas que navegam em um cenário complexo e frequentemente explorador.

Apesar do revés com a No Fashion Records, Nyqvist eventualmente retornou às suas raízes, reativando a Putrefaction Magazine e continuando a contribuir para a cena underground do metal.

A história da No Fashion Records serve como um lembrete potente dos desafios enfrentados por gravadoras e artistas independentes na indústria musical, muitas vezes implacável. Destaca a importância da perspicácia nos negócios e da proteção legal para navegar nas complexidades dos contratos e acordos de distribuição.

O legado da No Fashion Records, embora entrelaçado com controvérsias e dificuldades financeiras, contribuiu para o reconhecimento e a evolução do gênero death metal.

O relançamento não autorizado do álbum de estreia do Katatonia pela Black Lodge complicou ainda mais as questões legais e éticas em torno do catálogo da No Fashion Records.

As várias capas de álbuns e materiais promocionais associados à No Fashion Records oferecem documentação visual de uma era crucial na história do death metal.

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