Moda Vitoriana: Guia Década a Década

A era vitoriana, que abrange o reinado da Rainha Vitória de 1837 a 1901, ostenta uma rica tapeçaria de estilos de moda. Longe da imagem estereotipada de um único vestido marrom com anágua, a roupa vitoriana evoluiu dramaticamente ao longo das décadas. Este guia explora as características principais de cada era, permitindo que você distinga entre as silhuetas e detalhes distintos que definiram as roupas da moda vitoriana.

A década de 1830 foi um período de declarações ousadas. Mangas volumosas, muitas vezes de ombro a ombro para enfatizar uma forma arredondada, combinadas com saias amplas em padrões vibrantes e chamativos que lembravam papel de parede. Cinturas altas, geralmente acentuadas com cintos, completavam o visual. À medida que a década avançava, as mangas começaram a mudar, com o volume concentrado no cotovelo.

A década de 1840 inaugurou uma estética mais discreta. Decote alto substituiu os ombros nus da década anterior, as mangas diminuíram e as cinturas voltaram à sua posição natural. Os corpetes geralmente apresentavam frentes franzidas, uma tendência que continuou no início da década de 1850. As saias expandiram em largura, necessitando de várias anáguas para suporte.

Os babados dominaram a década de 1850. Saias largas e com babados eram uma marca registrada desta época. Alguns corpetes se estendiam sobre os quadris, assemelhando-se a casacos curtos. A manga pagoda distinta surgiu como um detalhe da moda. A invenção da crinolina em 1856 revolucionou o suporte da saia, permitindo silhuetas ainda mais largas. As crinolinas na década de 50 mantinham uma forma redonda.

A década de 1860 viu o declínio dos babados e a ascensão dos corantes sintéticos. Esta inovação trouxe cores vibrantes para um público mais amplo. Os vestidos de noite muitas vezes se assemelhavam aos da década de 1850, mas a crinolina começou a mudar para uma forma oval, estendendo-se mais para trás.

A era da anágua começou na década de 1870. As crinolinas se estreitaram, mas projetaram-se para fora na parte de trás, criando a silhueta característica da anágua. As anáguas do início da década de 1870 eram mais largas do que os estilos posteriores, com uma curva mais suave de perfil. Os vestidos do dia geralmente apresentavam caudas, inspirando-se em vestidos do século XVIII com golas semelhantes e costas drapeadas. No final da década de 1870, as anáguas caíram em desuso brevemente.

As anáguas retornaram na década de 1880, com uma curva mais acentuada e pronunciada. Decote alto e golas não quadradas caracterizavam os vestidos do dia. As saias sobrepostas continuaram a ser drapeadas, muitas vezes assimetricamente em meados da década de 1880, um identificador chave deste período. Caudas em vestidos do dia tornaram-se menos comuns. A anágua desapareceu novamente no final da década.

A década de 1890 testemunhou o ressurgimento de mangas grandes. No entanto, ao contrário da década de 1830, os vestidos do dia mantinham decotes altos. As saias eram tipicamente retas na frente e franzidas na parte de trás. O tamanho da manga e a largura geral do vestido atingiram o pico em 1895, antes de diminuir gradualmente, com a manga bufante desaparecendo no final da década. Os corpetes mantiveram uma silhueta justa, mas eram ligeiramente mais soltos do que na década anterior.

Os anos finais da era vitoriana, a década de 1900, introduziram o espartilho em forma de S e a silhueta de peito de pombo. Esse visual envolvia acolchoamento estratégico, capas de espartilho com babados e corpetes soltos e franzidos. Faixas de seda frequentemente adornavam a cintura natural. As saias mantinham uma frente reta, mas alargavam-se em forma de sino na parte inferior. Renda, babados e detalhes delicados eram características proeminentes dos vestidos de gala. As mulheres que trabalhavam preferiam trajes mais simples, muitas vezes combinando blusas leves com saias escuras e um cinto.

As roupas da moda vitoriana oferecem um estudo cativante de estilos em evolução. Cada década apresentou silhuetas, detalhes e inovações distintos, refletindo a natureza dinâmica da moda durante este período de transformação.

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